Saber mais sobre Serrazes...

A freguesia de Serrazes possui um área de 16,19 Km2, é composta por várias aldeias, entre as quais, Covelas, Freixo, Penso, Serrazes, Beirós e Ferreiros, possuindo uma densidade de 61,8 hab/Km2.

Estrategicamente bem localizada, possui uma rede viária que liga diretamente a várias freguesias e localidades do concelho, nomeadamente Termas, Bordonhos, Carvallhais, Santa Cruz da Trapa e São Cristóvão de Lafões, bem como a outros Concelhos vizinhos, tais como Vouzela e Oliveira de Frades.

Com pequenas indústrias de tipo familiar, ligadas principalmente aos sectores de transformação de granitos, serralharia, carpintaria e turismo, não pode fixar todos os seus jovens habitantes, que dada a falta de empregos, optaram pela emigração para vários países, ou procuraram melhores colocações nas grandes cidades.

Daí possuir uma elevada percentagem de população flutuante, levando a que principalmente na época de férias, a população mais que triplique.

A agricultura foi em tempos um dos recursos dos habitantes, mas atualmente não representando valor significativo na economia local, tem como setor importante a produção de leguminosas e várias espécies hortícolas para plantio, vendidas pelas feiras da região.

No que toca ao desenvolvimento turístico, tem-se destacado principalmente no sector de alojamento local e eventos, quer em turismo rural ou de habitação, e as suas paisagens são muito apreciadas pelos inúmeros visitantes, entre eles os que regularmente frequentam o Centro Termal e que na sua estadia aproveitam para percorrer toda a área da freguesia.

Antigas casa senhoriais, solares, capelas e Igreja matriz, são algumas das belezas arquitetónicas muito admiradas pelos visitantes, não esquecendo também o Castro do Banho, ainda por explorar e desenvolver em termos turísticos, e o monumento Monolítico “Pedra da escrita”, que até hoje se desconhece o verdadeiro significado das suas siglas, o qual é uma das atrações do turismo local.

O crime de Serrazes

Tendo como base o Solar das Malafaias, segue alguma informação sobre o “Crime” e sobre o “Livro” que o descreve:

«A vida escreve as melhores histórias» – a frase poderia servir de mote a este livro que nos conta um crime ocorrido a 26 de Julho de 1917, na Casa das Quintãs, mais conhecida por Solar dos Malafaias, em Serrazes, concelho de S. Pedro do Sul. Seria difícil engendrar crime mais obsoleto e insólito, um crime que destruiu uma família, não só pela perda de um dos seus membros, mas também pela campanha de difamação que se lhe seguiu, crime perpetrado por ganância e, podíamos dizer, também por mero capricho, motivado por uma psique doente e manipuladora. É um bom exemplo da obscuridade da mente humana.

O livro tem uma parte ficcional e outra factual, o que o torna aliciante, tanto como romance, como objeto de estudo. Até à ocorrência do crime, António Breda Carvalho apresenta-nos a família dos Malafaias e narra-nos acontecimentos ao estilo de romance de época, no seu modo assertivo e literário, ao mesmo tempo (ver também O Fotógrafo da Madeira e Os Azares de Valdemar Sorte Grande).

Também a descrição do crime tem alguns elementos ficcionais, embora menos do que na parte anterior. O livro é, enfim, completado com a transcrição de alguns depoimentos dos criminosos, de atas de audiências e dos dois julgamentos, de notícias da imprensa e de cartas escritas por um dos criminosos. Verifica-se uma campanha de difamação da família dos Malafaias que conseguiu manipular a opinião pública, pondo-a do lado dos assassinos!

O condado de Beirós

O Solar do Condado de Beirós ou apenas Solar de Beirós como também é conhecido, situa-se em São Pedro do Sul.

Envolta em belos jardins e uma paisagem verdejante com uma invejável vista sobre o vale, a casa, de arquitectura beirã e estrutura conventual, alberga as histórias e lendas do 1º Conde de Beirós e Visconde de Beirós (título criado por D. Luis I, rei de Portugal, por decreto de 25 de maio de 1887), António Tristão Correia de Lacerda Souza e Lebrim (por vezes conhecido pelo apelido Souza e Alvim), nascido em 24.12.1861 em Lourosa, Oliveira do Hospital, e falecido em 1917, casado com Maria Cândida Teles Pacheco, e das orgias principescas que ali, provavelmente com origem nos “Ritos da Fertilidade da Primavera Pagã”, atingiam o pico de distúrbio, desordem, excesso, desperdício e prazeres, proporcionados pelas e para as mulheres mais belas da aldeia do Condado e fora dele, também aí seduzidas.

Descrevem os livros António Tristão Correia de Lacerda Souza e Alvim como um conde despreocupado, de aparência alegre, singela e muito convidativa a serões fidalgos.

Existem relatos de que durante a vida do Conde, vários fidalgos e burgueses, ligados à Casa Real, muito frequentadores daquela povoação devido às propriedades termais das suas águas, sentindo-se despeitados com a postura pagã do Conde, tentaram controlar as comemorações orgásmicas que ali eram celebradas. No entanto, reza a Lenda do Solar de Beirós, que muitos desses fidalgos e burgueses algumas vezes serviam de patronos aos piores excessos sexuais, que eram gradualmente assimilados por toda a pequena povoação que cada vez mais se conformava com as festas principescas do então Conde de Beirós.

Uma das celebrações mais conhecidas na casa, que ainda nos dias de hoje acontecem, mas agora com o nome de “Hilária Real”, é a pândega da “fonte das virgens”, realizada no último mês do trimestre de Março, que celebra a morte do inverno e a celebração do renascimento da natureza. Sendo o dia 25 de Março, a data que historicamente marcava essa celebração, também muitas vezes conhecida com o “festival da Alegria e Primavera”, conhecida com Hilária, com origem em festas romanas. A 30 de Março, marca também os “Festejos da Luna”, de origem Romana, que eram celebrados no lago da casa, conhecido como o “Lago das Meretrizes” (as Meretrizes eram as sacerdotisas, não virgens; nome que mais tarde foi deturpado pela Igreja Católica a quando o combate ao cultos Pagão), em oposição ao banho na “Fonte das Virgens” (“Virgens Vestais” conhecidas como as Protectoras do Fogo Sagrado), para que aos festejos pudessem aceder todas as mulheres, virgens ou não virgens.

Os ritos antigos de fertilidade, que deram corpo naquela casa, exemplificam o encontro, das festas pagãs com os jogos penitenciais Cristãos.

A casa conta com um museu com vários exemplares de automóveis antigos, dos quais se destacam um Cadillac de 1959 que pertenceu a Elvis Presley, um Champion de 1953, um Lamborghini Miura de 1967, um Aston Martin MKIII de 1957, um Rolls Royce Silver Cloud de 1963, um Meserati Ghibli de 1967, para além dos barcos Riva de madeira de 1964 que foi usado no filme do James Bond (“live and let die”), um Century de 1947 um classe stok de 1956 e um classe ON de 1964, que participou em várias provas de prestigio internacional.

No museu estão também expostos vários cartazes e fotografias antigas alusivas a moda e a carros.