sOLAR DOS MALAFAIAS

O Solar dos Malafayas em Serrazes, concelho de São Pedro do Sul, também conhecido por Casa das Quintãs, foi construído em meados do século XVIII, e habitado por Joaquim Telles de Malafaya Freire d’ Almeida Mascarenhas, após ter abandonado o antigo Solar dos Malafayas situado em Santa Cruz da Trapa em virtude de junto a este último ter sido construída uma estrada, o que desagradou ao seu proprietário.

Este solar possui uma capela e na sua fachada pode-se observar um brasão com a coroa real.

Refira-se ainda que Malafaia é um apelido de família português que tem origem nas lutas contra Castela.Os Malafaias são mencionados pelo Conde D. Pedro, filho do rei D. Dinis e contemporâneo de Pedro Anes de Fafião. Este viveu no reinado de D. Afonso III e morreu por volta do ano de 1272. Teve pelo menos um filho:

Gonçalo Pires, genearca da família, feito “Senhor da Honra de Malafaia” pelo rei D. Dinis, onde mandou construir o seu solar. Essa honra foi-lhe concedida por ter auxiliado o rei de Portugal nas lutas contra Castela.

As armas dos Malafaias estão representadas no tecto de um dos salões do Palácio Nacional de Sintra. Todos os Malafaias descendem de Gonçalo Pires (filho de Pedro Anes de Fafião e Dona Sancha Gil do Avelar), que legou o apelido aos seus filhos.

Alguns Malafaias foram “Cavaleiros da Ordem de Cristo” e “Cavaleiros Fidalgos da Casa Real”

Este solar de Serrazes está relacionado com um crime passional cometido em 22 de Julho 1917 em que foi morto o Dr. Augusto Telles de Malafaya, filho legitimado do dono Joaquim (neto de Joaquim Telles de Malafaya Freyre d’ Almeida Mascarenhas). O “crime de serrazes” foi muito falado na época e até foi publicado um livro chamado Uma Causa Célebre (O Crime de Serrazes) por José Soares da Cunha e Costa.

 

CONDADO DE BEIRÓS

Nos séculos XII e XIII, um homem chamado Serrazis, veio dar o nome de Serrazes à Freguesia, mandou edificar na sua propriedade a “Basílica” dedicada a S. Salvador, que veio a ser igreja Paroquial. A igreja Paroquial não oferece grande interesse arquitetónico.

O seu altar-mor dedicado ao orago S. Salvador é todo ele em talha barroca. Segundo informação do pároco, esse mesmo Altar é mais antigo que as atuais paredes da igreja. Outro Altar também apreciável pela sua talha e com valiosas pinturas é o da Nossa Senhora dos Remédios. Essa imagem é a peça mais antiga que a igreja possui.

CASTRO DO BANHO

Ainda na freguesia de Serrazes, no lugar de Ferreiros, na margem direita do Vouga, fica o CASTRO DO BANHO. O seu nome advem-lhe da proximidade das Termas, antigamente designadas por Banho. É um castro romanizado. Pelo seu estudo se interessaram Amorim Girão, José Coelho, Russell Cortez e Bairrão Oleiro, que, em 1954, procedeu a uma breve campanha de escavações, preparando esta estação arqueológica para escavações ordenadas – que nunca chegaram a realizar-se -, ligando as casas postas a descoberto nas sondagens anteriores e deixando à vista para cima de 30 casas, presumindo-se que o seu número ultrapsse a centena. Em entrevista então concedida à imprensa, Bairrão Oleiro assinala a importância do castro: “O que torna ainda o castro interessante é a densidade das construções, o modo como se escalonam e o tipo de construções cavadas na rocha. Há casa redondas, quadradas e ovais e algumas das casas com planta elaborada com distinção de vários compartimentos. Na rocha, escavaram-se rampas de acesso e encontram-se degraus. Numa das casas, quase na necrópole, surgiram bancadas largas e curvas. com 6,8 metros de comprimento e 30 cm. de altura. Do espólio do Castro recolheram-se tégulas, ímbrices, pesos de tear, mós manuais, pregos de ferro, cerâmica doméstica vulgar, terra sigilata e hispânica, uma fíbula de bronze completa, moedas de Constantino (306-376 d. C.) e de Constante (333-350 d. C.) e outra de Galiano. Mas a origem do Castro é muito remota, certamente, bem com a de dezenas de outros espalhados pela região de Lafões”.

O espólio encontrado perdeu-se quase totalmente. O pouco que resta encontra-se na “Colecção da Assembleia Distrital”, que inclui cerâmicas e 14 moedas, e na “Colecção Arqueológica do Dr. José Coelho”, de que se destaca uma peça de cerâmica romana do séc. II da era cristã, bela taça de sigillata hispânica decorada com círculos concêntricos e outros elementos28.

À longa sobrevivência do povoado do Castro não será alheia a vizinhança das Termas. Sendo impossível saber quando começou o povoamento, “podemos pensar que uma ocupação intensa do morro teria começado apenas no séc. I d. C., quando se findou o edifício termal na margem esquerda do Vouga. (…)

Povoado fracamente ocupado na Época do Ferro, profundamente romanizado no séc. I e com ocupação medieval, parece ser a conclusão a retirar dos elementos conhecidos do Castro do Banho”.29.

É “Imóvel de Interesse Público”, por decreto n.º 41.191, de 18 de Julho de 1957.

IGREJA PAROQUIAL DE SERRAZES

Nos séculos XII e XIII, um homem chamado Serrazis, veio dar o nome de Serrazes à Freguesia, mandou edificar na sua propriedade a “Basílica” dedicada a S. Salvador, que veio a ser igreja Paroquial. A igreja Paroquial não oferece grande interesse arquitetónico.

O seu altar-mor dedicado ao orago S. Salvador é todo ele em talha barroca. Segundo informação do pároco, esse mesmo Altar é mais antigo que as atuais paredes da igreja. Outro Altar também apreciável pela sua talha e com valiosas pinturas é o da Nossa Senhora dos Remédios. Essa imagem é a peça mais antiga que a igreja possui.

PEDRA ESCRITA

É um monólito granítico, com cerca de 2,5 m. de altura por 2 m. de largura. Tem gravadas, numa das faces, insculturas que representam várias circunferências concêntricas e rectângulos divididos à maneira de quadriculado.

Amorim Girão dá-lhe como data aproximada o séc. X a. C., mas é muito difícil fixar-lhe uma cronologia.

Quanto ao significado dos sinais gravados, deixa várias hipóteses. Poderiam ser estilizações da figura humana, representando uma dança fúnebre ou comemorações de qualquer feito importante, ou teriam um significado mágico relacionado com a caça; poderiam ser sinais esteliformes ou sinais astrais, representando os signos de Zodíaco ou constelações. Amorim Girão parece preferir a hipótese de sinais astrais, por, em sua opinião, terem semelhança com os símbolos druídicos do Sol e da Lua, podendo representar as fases deste planeta, para fixar a data de certos sacrifícios ou cerimónias religiosas; poderiam, ainda, indicar o culto destes astros, representando os sinais quadrangulares, constelações ou outros símbolos astronómicos com influência na vida humana, segundo a mentalidade dos povos primitivos.

Tudo não passa de meras hipóteses, porque também, neste domínio, não é possível chegar a conclusões minimamente fundamentadas.

Qualquer que seja o significado, a verdade é que, depois de Amorim Girão, alguns estudiosos, mais ou menos especialistas, pouco nos têm dito.

Não há muito, o artista gravador sampedrense David de Almeida tirou vários moldes da Pedra e das insculturas, elaborou modelos, que apresentou em exposições internacionais, com eles obtendo um Prémio de Gravura.

A Pedra Escrita foi catalogada como “Imóvel de Interesse Público”, por Decreto n.º35532, de 15/3/1946.